27 de março de 2010

Súplica de Paz

Chegou ontem o fim de uma história que comoveu o Brasil, atraiu a mídia e a opinião pública. O assassinato da pequena Isabella Nardoni, que aconteceu em 2008 sensibilizou todo o país devida a tamanha crueldade e teve seu veredito dado na madrugada dese sábado. O pai Alexandre Nardoni, e a madrasta Anna Jatobá foram considerados culpados e ambos condenados pela justiça. Episódios como esse, nos mostra o lado cruel do ser humano, capaz de destruir o seu maior dom: o dom de gerar e criar a vida. Isabella não voltará mais, agora ela descansa em paz... Sua curta trajetória nos inspira a olhar mais para nossas família, sobre os nossos problemas cotidianos e sobre nossa mesquinhez.

As poucas palavras que ficam, são palavras de força, consolo e de coragem a tantas crianças que morrem ou sofrem. Vítimas da violência e da brutalidade de seus pais. Fica também o pedido e o desejo para que casos como esses, que ferem a integridade e a constituição da família, não aconteçam novamente.

''Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz;
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;
Onde houver erros, que eu leve a verdade;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz."
(Trecho da Oração de São Fransciso de Assis)

26 de março de 2010

Juventude, juventude, abra os olhos para o mundo!

Depois de comer meus biscoitos "maisena'' e tomar meu copo de leite, rotina a qual me submeto todas as noites, debruçei-me na janela e começei a olhar o turbulento trânsito da cidade grande. De um lado para o outro, os carros com seus faróis, pintavam as ruas num jogo de luzes encantador. Tudo era fascinante e muito convidativo. Por alguns instantes me senti um velho. Um cara tão maduro, que no seu momento de ócio, vai para a janela e fica admirando o convencional. Passei a pensar na vida e na conflituosa resposta: Quem sou eu? Não. Eu não sou filósofo e nem tenho gabarito e vocação para isso. Por alguns instantes me deparei com um choque entre o que é ser jovem e ter o espírito de um velho. De uns tempos para cá, venho observado os meus contemporâneos e seus comportamentos diante da vida e talvez isso tenha me envelhecido. Não que ser velho é ruim. Pelo contrário, os mais experientes tem uma visão mais sábia das coisas, possuem um passaporte de viagens que os conduzem a qualquer lugar com maestria. O ''insight'' que tive na noite dos carros iluminados me levou a pensar que eu era velho e concluir que a juventude de hoje, era a causa da minha velhice. Sim, eu era velho. Velho por ver e fazer as coisas de modo diferente.
Os jovens de hoje são desmotivados. Não se comprometem aos seus ideais, não colocam amor no que fazem, não querem saber do futuro. Vivem um presente de prazeres incertos e duvidosos. Estão no turbilhão de extremos: ora querem demais, ora querem de menos, ora não querem nada. Se comprometem a um, mas servem a outro. Faltam planos, projetos, decisões que partam de um interesse subjetivo. Buscam as coisas da moda. Aliás, a pos-modernidade destrui todas as barreiras possíveis de se criar uma identidade. Seguem tendências. São movidos pelo coletivo. Cruzam seus braços esperando que segundos, terceiros, quartos, se encarreguem de definir seus rumos. Desorientam-se, explondem, viram fumaça...
Indecisos, imprecisos, irreais, ilegais e irresponsáveis! A geração do prefixo -in está deitada em berço esplêndido, aguardando o sinal bater. Viram a cara, mechem a boca, rosnam e se enfurecem num estalo de dedos. Parece que a ficha não caiu, ou se caiu, não causou efeito. O fato é que o recreio acabou. Está na hora de sentar na carteira, pegar o caderno e escrever. Escrever o quê?
Falta AÇÃO: dedicaçAÇÃO, motivAÇÃO e determinAÇÃO. Falta coragem para arriscarem mais, para tentarem mais, para moverem o mundo. Quando era mais novo queria ser revolucionário. Queria mudar as coisas a minha volta e levei para a minha juventude essa força avassaladora de transformação. Fui podado pelo sistema. Fui corrompido pela geração da preguiça e também me acomodei. Falta ânimo, força, coragem, perserverança e equilíbrio. Onde estão os jovens que construíriam o planeta e marcariam o século? Onde está a geração capaz de mudar a realidade?
A janela me fez ver, que ser jovem, é ser como carros: movimentar para todos os lados, para todas as direções, acenando luz e impondo presença. Conclui que não sou velho. As ideias que tive em primeiro momento, não passaram de precipitação. Faço parte de uma juventude, da qual os demais esperam de nós apenas um SIM.
Um sim com vontade, um sim de força e um sim capaz de destruir todos estes muros que nos impedem de ser diferente e fazer a diferença. Palavras são bonitas quando praticadas. Quero me somar aos que querem marcar a realidade com a sua presença e com suas iniciativas. Juventude, juventude, abra os olhos para o mundo!
Enquanto isso, vou comer mais alguns biscoitos, afinal saco vazio não para em pé. Aproveito para pegar mais um pouco de leite para brindar os meus contemporâneos: Viva os jovens do futuro? Viva os jovens sem coragem? Não. Viva a juventude de braços cruzados!

23 de março de 2010

Um pouco de filosofia

Estava estudando filosofia. Tá certo que entender ética e moral não é lá umas das coisas mais fáceis do mundo. É algo complexo, diria muito complicado. Mais tudo que se diz respeito ao pensamento e a razão é fascinante. Ler sobre pensadores que a tempos remotos já tinham uma certa preocupação em entender o mundo, já é no mínimo fascinante. Passei por Sócrates, Platão e Aristóteles. Vi as ideias de São Tomás de Aquino e de Santo Agostinho e toda a ética cristã. Passei por Hegel, Sartre e Espinosa. Gostei de um escrito de Marx:

"Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob ciscunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado."
(Karl Marx, O 18 Brumário de Luís Bonaparte in Col. Os pensadores, p.329)

Vamos refletir?

22 de março de 2010

O trem


Da estação o trem parte,
Em seus vagões histórias se misturam com as montanhas das Gerais...
Ele parte com pressa.
Com pressa ele parte e ganhando a serra,
some como mágica.
Do vagão vejo a vida, e como o trem, vou partindo...
Partindo para uma nova estação.

14 de março de 2010

Indefinição?

A gente aprende e desaprende. É incrível ver como as coisas acontecem de maneiras múltiplas. Tudo tem seu oposto. Tudo tem suas vantagens. E detalhe, mesmo que a gente solte aos quatro cantos palavras de ordem, é inevitável, a gente sempre volta atrás...

Vai uma música para ilustrar! (Hoje, as palavras correram de mim.)

Tal do Amor - Jay Vaquer

Às vezes me sinto a peça faltando em você
Às vezes me sinto à beça, você nem merece ter

Às vezes me sinto um castigo,uma praga, sua maldição
Às vezes me sinto um abrigo,uma graça, sua salvação

Mas se me desmantelo ao acaso
Logo me refaço ao sabor do vento que sopra a favor
8 e 80 por ruas estreitas do pensamento
De todo bom jogador

Às vezes me sinto um ódio sobrando em você
Às vezes me sinto um país que você nunca vai conhecer

Às vezes me sinto arriado nos quatro pneus
Às vezes me sinto nomeado interino de Deus

Mas se me desmantelo ao acaso
Logo me refaço ao sabor do vento que sopra a favor
8 e 80 por ruas estreitas do pensamento
De todo bom jogador

E se a gente perder
Que seja derrota suada, sofrida, roubada...
De mão beijada nem a pau!
E se a gente ganhar
Que seja vitória disputada, merecida, conquistada...
Vou pro pau!
Apostar na parte bacana do tal do amor
Do tal do amor

11 de março de 2010

Justificativa

Fui sucumbido pelo tempo. Essa dinâmica abstrata que se manifesta concretamente na vida dá gente sugou todos os meus limites. Tudo bem que os motivos pelos quais isso ocorreu são justificáveis, muito bem justificáveis por sinal. As 24 horas que me oferecem diariamente não estão sendo suficientes para todas as coisas que tenho que fazer. Acho que o meu dia deveria ter 30 horas, ou melhor 48 horas, ou melhor, não deveria ser marcado nem delimitado por nada. Eu sei que você não é culpado por isso. Sei também que o seu tempo tem a mesma velocidade de uma carro em uma via de trânsito rápido. Se fôssemos compartilhar nossas correrias diárias, gastaríamos todas os caracteres infintos que esta postagem nos permite...mas seria divertido! Gostaria apenas de pedir desculpa pela minha ausência nos últimos dias, em breve e me esforçando ao máximo, tentarei sanar este nosso desencontro. E acredite: Os dias em que estive afastado, foi porque estava a serviço. A serviço do tempo!

10 de março de 2010

Desconexão

Resolvi declarar guerra a mim mesmo. Sim. Resolvi por abaixo todo o regime totalitário que insiste em me dominar. Cansei da mesmice, da rotina, das resenhas... Cansei de viver uma vida em vão. Cansei, mas não desanimei.
A batalha foi declarada! Cabeças rolaram, pessoas ficaram feridas e outras atiradas pelo campo. A guerra matou inocentes, massacrou os vilões e me fez assumir (ou reassumir) toda a tropa. Encaro meus medos, minhas tragédias, minhas ações e suas consequências.
A vitória é incerta? Se depender de mim, não será. Sei que os incrédulos, os hipócritas de plantão e os boêmios da vida alheia grunhirão algumas meias palavras e cuspirão seus palpites com morais que não acrescentam em nada. Posso perder batalhas, mas lutarei até o fim para vencer a Guerra. E eu já adianto, tenho força e estou muito disposto a vencer.
Declaro liberdade a mim mesmo. Desconecto-me daquilo que não me traz coisas boas. Permito não olhar para mais para trás. Permito esquecer as experiências da vida que não deram certo. Fica o aprendizado.

Uso a metáfora da guerra para explicar a verdade que me vem a cabeça. Aos intérpretes e os que se julgam bons entendedores, essas poucas palavras bastam. Decifrem-nas! Quem viver, verá

2 de março de 2010

Com a palavra: George Orwell

O livro 1984 de George Orwell (pseudônimo de Eric Arthur Blair) cria um mundo fictício na qual uma organização política detém o poder sobre uma sociedade e a controla sob a figura do Grande Irmão – aquele que tudo vê – impondo sua ideologia e manipulando a realidade. A narrativa se desenvolve sobre a história de Winston Smith que se vê num ardoroso conflito entre o passado e os princípios estabelecidos pela organização política.
O enredo criado por Orwell nos permite analisar os mecanismos de manipulação utilizados pelo partido a fim de implantar sua ideologia e. Uma maneira alegórica de retratar sistemas políticos que limitam e oprimem os seres humanos.
Ao privar homens e mulheres de conhecimento e de suas relações pessoais eles se tornam mais suscetíveis ao controle de alguém - no caso da narrativa, o Grande Irmão e sua vigilância – e a hegemonia do poder sobre cada indivíduo é mantida. Em prática, a chave que abre as portas da alienação e da ignorância está no controle dos mecanismos de informação e conhecimento, que oferecem aos indivíduos a capacidade de raciocinar.
Outra lição que podemos extrair de 1984, é a importância da história na vida dos indivíduos. No enredo o partido é onipotente, capaz de construir, alterar e destruir a história de sua sociedade e assim se concretizar como uma grande força. Ao controlar tudo e todos desponta como o “controlador de destinos”. É no conhecimento do passado, na vivência plena do presente e no planejamento do futuro que uma sociedade deve ser basear.
A obra de George Owell é descrição fiel de alguns aspectos de nossa sociedade contemporânea, uma profecia anunciada em 1948.
Em pleno século XXI nos deparamos com países cujos regimes de governo ferem os direitos de liberdade de expressão e de opinião, cujas leis são severas e reprime com vigor os indivíduos que opinam e questionam as medidas e decisões tomadas pelo governo. A repreensão e o medo ainda são usados para calar a voz e não permitir revoltas contra as organizações.
Em tempos de informação e acesso fácil ao conhecimento, a manipulação e a indução a determinadas ideias são sempre praticadas. A mídia, principalmente pela publicidade, nos vende padrões e estereótipos e cria um hiato entre o que é bom e o que é ruim não oferecendo ferramentas que ajudam na construção da opinião. Tudo o que somos, que usamos, que desejamos e até mesmo nossa personalidade parte dos conceitos que ouvimos. Somos convidados a pensar com o “comum” e não recebemos nenhum estímulo para desenvolver o “crítico”.