A mão que aconchegou o bebê é a mesma que retira o terço envelhecido do bolso e começa a balbuciar uma Ave Maria
- O meu Deus, quando será que a minha filha vai ser feliz? Ajuda para que essa dor possa passar com a cirurgia.
Os olhos se encheram de lágrimas e aflitas, elas escaparam pelo rosto cansado e abatido da mãe preocupada. Ela precisava pelo menos chorar. Talvez aquele ato fosse o de maior libertação nos últimos 15 dias, quando se dedicara inteiramente a ouvir os prantos de dor da sua carne e em troca, esbanjar um sorriso como se tudo estivesse bem. Um sorriso de fé e confiança, desses que só mãe sabe dar.
Apreensiva, ela alternava as contas do terço a conversas diretas com o seu Deus. Quem olhava para ela, internamente se perguntava: O que se passa na cabeça dessa mulher? O que ela está pensando neste momento? Como está o seu coração? Respostas difíceis e complicadas de serem respondidas.
A mulher que no passado fugiu pelo amor, encontra-se amparada por uma força maior que o seu coração. Não é heroína grega, mas já enfrentou mais de doze batalhas e matou mais de um leão pelas suas crias. Aquela era mais uma. E no fundo, tinha a esperança que tudo terminaria bem. E assim seria.
Foi um pouco mais de 30 minutos que a tiraram da Terra, mas que a trouxeram de volta com um gesto que vinha do início daquele corredor. Por detrás do vidro, o médico fez um aceno e a chamou para explicar como havia sido o procedimento cirúrgico. Um suspiro. Uma evocação. Um Graças a Deus.
O suspiro se transformara
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