31 de dezembro de 2010

É tempo de brilhar!

Que os fogos risquem o céu e celebre este novo ciclo. Hoje é dia de olhar para frente e acreditar nas perspectivas que a esperança desta nova era nos reserva. Recarregar as baterias é imprenscindível para que você viva intensos momentos. Olhe para o horizonte e acredite: agora é tempo de mudar, é tempo de ser feliz, de atrair energias positivas e comemorar a vida. Das coisas que aconteceram neste ano que se passa, leve para o novo ano os aprendizados e os momentos que valeram a pena. Não despreze as tristezas e nem as fraquezas que aconteceram. Embora sejam inevitáveis, elas nos ajudam a crescer como ser humano, nos faz mas experientes diante da vida. E são essas "liçõezinhas" que devem ir para a nova fase. Tire os ciscos dos olhos, muitas das vezes eles nos impedem de ver a beleza de um mundo criado com divina perfeição. Refresque-se, divirta-se, vá a lugares que você nunca foi e aproveite cada minuto na descoberta da novidade. Desfrute de novas experiências e descubra que seu universo de conhecimento pode ser ampliado em todas as manhãs. Aceite as diferenças, pregue a partilha e respire o ar fresco das manhãs. Caminhe pelo menos por 30 minutos, além de fazer bem para saúde, desperta a observação. Conheça a noite, mas saiba aproveitar a liberdade da qual você desfruta. Relacione-se com pessoas que pensam diferente de você, cultive a amizade e descobrirás a importância que o outro tem para a sua vida. Não despreze os velhos amigos. Corra atrás daqueles que andam sumidos. Dê um "alô", mande um carta, um email ou mesmo um scrap. Mande uma mensagem dizendo o quanto eles são essencias para você. Marquem encontros, bebam (com moderação) e deem risadas. Se banhe pelo menos uma vez na chuva. Lave a alma se purificando com o orvalho. Sinta-se como os pássaros e voe ao máximo que puder. Trace metas, obejtivos, mas não deixe de cumprí-los. Mesmo com dificuldades, creia que você é bem mais, muito mais e que isso são apenas empecilhos para você desitir. Seja forte, supere e vibre. Você é um vencedor. Brinde um novo tempo. Somente com fé e coragem transformamos os sonhos em realizações e tudo aquilo que está ao nosso redor. Agradeça a Deus pelos 365 dias que se passaram e pelos próximos 365 dias que serão muito mais abençoados. Hoje é tempo de ser feliz, de acreditar que podemos caminhar muito mais do que pensamos. Dê um passo de cada vez, mas também não hesite em correr. Improvise, faça valer a pena e arrisque-se, sem perigo, claro. Respire profundamente um 2011 cheio de realizações, concretizações, conquistas e muito sucesso. Sáude, paz, prosperidade e sorte também não podem faltar. Muito amor, paciência, tolerância e dedicação. Para que esse ano tenha tudo isso e muito mais, saiba que o grande protagonista de sua vida é você mesmo. Tudo depende de um sim ou de um não. De escolhas. E que as suas sejam as melhores possíveis, cujas consequências estourem e brilhem no céu, dando um colorido a mais nesta festa chamada: VIDA...

Um abençoado e maravilhoso ano novo para todos nós!

30 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010

Fim de ano a rotina é sempre a mesma. Olhar para trás e relembrar os fatos mais importantes que marcaram o ano que se passou. Nos 365 dias que vivemos, cada momento contribuiu para mais um capítulo que entra para o livro de nossas histórias. Foram tantos as situações, boas ou ruins, mas que de alguma forma foram significativas e que serão importantes para os próximos passos a serem tomados. Vai se o ano, mas ficam registradas as cenas e os momentos que ele nos reservou. 2010 em 10 atos:

1* A primeira mulher a governar o Brasil


O Brasil votou e escolheu. Dilma Rouseff será a primeria mulher a governar a República Federativa do Brasil. Pelos próximos quatro anos, a força feminina regerá um país em ascenção, que cresce cada dia mais, mas que convive com sérios problemas na saúde, segurança e educação. A faixa está no peito de uma mulher de punho forte e com um grande desafio pela frente: governar para todos os brasileiros.

2* Das profundezas da Terra


O pedido de socorro veio debaixo. Os 33 mineiros soterrados no Chile foram os protogonistas da história mais impressionante de 2010. Depois de mais de 65 dias vivendo a 700 metros de profundidade, eles voltaram a enxergar o brilho do sol graças ao trabalho e ao engenho do ser humano. O resgate foi um sucesso e os mineiros foram exemplo de perseverança e força. Famosos pelo acaso.

3* Waka Waka

Não foi só a música da Shakira que embalou o evento esportivo mais famoso do mundo. A isso, soma-se a alegria do povo africano, o barulho das vuvuzelas, o gingado de Larissa Riquelme e as previsões de Paul, o povo. O resultado só pode ter sido uma festa de arromba, como diria Erasmo Carlos. Pena que não teve toques de verde, amarelo e azul. A taça parou nas mãos dos espanhóis, mas a alegria não faltou. A seleção brasileira foi um fracasso, o hexacampeonato ficou para 2014 e a África do Sul mostrou que também pode.

4* Um ano de tragédias

Dramas não faltaram. No ano em que a natureza mostrou sua força, o mundo foi surpreendido com terremotos que destruíram o Haiti e matou mais de 200 mil pessoas. No Chile, o fenômeno ainda que mais intenso, causou menos tragédias, mas ainda sim, os estragos levarão mais alguns anos para serem recuperados nos dois países.

5* Um rio de paz

A promessa de paz subiu aos morros cariocas. Os moradores da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão se banharam de esperança. As operações bem sucedidas da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, através da ação do BOPE e das Forças Nacionais (Exército, Aeronáutica e Marinha) foi comemorada pela maioria dos moradores e deram segurança para o recomeço de uma jornada carregada com paz.

6* Pelo buraco da fechadura

Bem no finalzinho do ano, um homem roubou a cena mundial. O australiano Julian Assange e o seu Wikileaks revelaram os bastidores das diplomacias mais influentes do mundo e provocou um alvoroço entre elas. As "boas intenções" de Assange foram vistas com maus olhos. De defensor da liberdade de expressão passou a ser inimigo nº 1 dos diplomatas.

7* Um mar de chuvas

As chuvas no Brasil projetaram imagens cinematográficas e consequentemente, cenas para se esquecer. Em meio a lama e escombros, provocado pelas enxentes, histórias de brasileiros marcados pelos fenômenos da natureza e que agora, se erguem para o começo de uma nova vida.

8* Questão sem solução

E mais um ano o problema vem de cima A prova do Enem, que para muitos estudantes é a entrada no ensino superior, apresentou novas problemas. Não bastasse o vazamento no ano passado, a prova deste ano veio com erros em seu gabarito. E mais uma vez quem pagou o pato foi o aluno. E a educação? Até quando conviveremos com esse problema?

9* "Pagode em Brasília"

A festa do mensalão, dos laranjas e as crises políticas também marcaram um ano de eleições. A baixaria tomou conta das campanhas eleitorais, o palhaço foi eleito o deputado mais votado e a política nacional ganha uma nova cara para os próximos quatro anos. Será que a história desta vez muda? Teremos políticos com fichas-limpas? Mais do que nunca, os olhos do Brasil se voltam para a capital federal. Agora é a hora da cobrança e do trabalho. Oremos.

10* O caso de um goleiro

Não foi o fracasso do Brasil na Copa do Mundo da África o destaque dos cadernos de esporte. Paralelamente a festa do futebol, o caso do goleiro Bruno imprenssionou e chocou o Brasil. Foi ele o mandante do crime que matou a modelo Eliza Samúdio? Inocente ou culpado? A justiça ainda não respondeu e o corpo da moça continua desaparecido. Mesmo assim a frieza e barbariedade do caso chamaram atenção e ofuscaram o brilho do futebol.

E 2011 vem chegando aí. Um ano que promete novas e boas emoções...


(Fotos: Dilma Rousseff - Divulgação / Mineiros do Chile - AFP [Divulgação] / Terremoto do Haiti - Agência O Globo [Extraída da Internet] / Julian Assange - Macdiarmid-Getty / As demais fotos foram extraídas de blogs da internet - Autores desconhecidos)

29 de dezembro de 2010

Com a palavra: Ivan Sant'anna

Terça-feira, 11 de setembro de 2001. Um dia que poderia ser como os outros, mas que entrou para as páginas da história da humanidade como a data do terror. A manhã tranquila daquele dia, se transformou em um dos mais tenebrosos episódios da história norte-americana. O dia em que o mundo parou para ver as imagens que passavam nos televisores: Aviões atingindo o símbolo do capitalismo americano, o Word Trade Center, em Nova York. O resultado deste episódio, nós que nascemos um pouco antes, sabemos. A guerra deixou de ser fria, e passou a ter cunho religioso. O legado de Maomé foi levado a ferro e fogo, e os homens buscaram o paraíso entregando-se como mártires em nome de suas razões, em nome de Alá. A bipolaridade se definiu entre oriente e ocidente, mas precisamente entre uma nação com interesse dominadores, os EUA e do outro lado, um homem misterioso e que se transformaria em inimigo número 1 de um povo, Osama Bin Laden.


Toda história deste dia, relatos e depoimentos foram compilados em um livro, de narrativa fantástica e que faz uma reflexão sobre os rumos que a humanina tomou e tomará depois daquele dia que o mundo prefere esquecer. O brasileiro Ivan Sant'anna, depois de cinco anos de pesquisa e noites sem dormir [como ele mesmo diz em seu livro] escreve os bastidores deste episódio sobre a ótica dos terroristas, parentes das vítimas e pessoas que estiveram nas torres naquele dia. Plano de Ataque é um fantástico relato dos personagens reais do 11 de setembro. Personagens que estiveram direta e indiretamente relacionados com este dia que entrou para a memória da humanida, como um dia de terro, um dia que não tem fim, e um dia que escreverá os próximos capítulos de nossa história.

28 de dezembro de 2010

Beijar, verbo intransitivo

O beijo é a coisa mais íntima de uma pessoa. Eu o vejo assim. Mesmo com a banalização das coisas, da pegação e do tudo liberado, eu acredito que essa é coisa mais única e mais importante que as pessoas podem oferecer. Em primeiro plano, claro. As outras se conquistam com o tempo. Beijo é a porta de entrada. Nenhum casal começa sem antes se beijar, exceto alguns dos velhinhos que eu conheço, que tiveram seus casamentos arranjados. Ainda bem que os tempos mudam. Mas beijo é igual gosto, cada um tem um tipo. Um beijam bem, outros muito bem. Tem beijos intensos, inesquecíveis e com gosto de bis, de quero mais. O beijo é tão particular e ao mesmo tempo tão singular que faz a gente se apaixonar. É difícil até de escrever. Beijar não é bom, é bótimo. Essa lição que aprendi com o trabalho das prostitutas. Elas vão lá fazem mundos e fundos, literalmente. Se vendem como produtos de vitrine mas não beijam seus clientes. Eu sei que nem todas fazem isso, mas a maioria delas preservam. Beijar é tão divino que se chega a tocar os céus ou mesmo sentir voar quanto um lábio encontra o seu. E quando se beijar é uma troca, um laço, eu ousaria dizer que é um cordão umbilical. Você sabe que um dia ele tem que ser cortado, mas jamais esquece que você beijou.

27 de dezembro de 2010

Devaneio

Madrugada de sábado: Depois de um tweet, um devaneio, um pensamento, um pequeno texto.

Às vezes eu paro para tentar compreender o que é a felicidade. Dizem que ser feliz é fazer o que se gosta, o que se deseja. Buscar a felicidade é como ir atrás da mais preciosa joia, aquela cobiçada por todos, mas que só você, lá no fundo, sabe a representação disso. Ser feliz implica em escolhas, escolhas implicam em seleção, e seleção significa deixar alguém de fora.
Ó vida tirana, carrasca e muitas das vezes cruel. Viver é pagar um alto preço por tudo isso, é abrir mão de algumas coisas em prol de outras, é traçar o tal caminho da felicidade. Mas que caminho? Andar mais que as próprias pernas e conseguir ir a um lugar onde você nunca foi, mas sempre quis ir... E sabe a hora que a gente fica feliz e vai dormir? Quando a gente fecha os olhos e vai, sem medo, sem saber, sem acordar jamais.

24 de dezembro de 2010

Mensagem de Natal

Quando eu era mais novo, acreditava que o Natal era uma época boa. Não que eu tenha esquecido da essência desta data, mas que antigamente eu a esperava com mais ansiedade. Naquele tempo minhas visões se direcionavam apenas para a chegada do "bom velhinho" e dos presentes que ele trazia para mim. Lembro que em todas as noites do dia 24 de dezembro, colocava os meus sapatos atrás da porta, para que no dia seguinte encontrasse os tão aguardados presentes. E essa rotina aconteceu por um bom tempo. Ser criança é bom por isso, porque na nossa inocência, acreditamos nas magias e nas histórias próprias desta época natalina. A gente cresce, vem as responsabilidades, os compromisso e os desafios. A vida se revela como ela é e a magia vai ficando um pouco para trás. Hoje, eu olho para o Natal com certo receio. É uma época de união, mas ao mesmo tempo de "intimidades forçadas", é época de partilha, mas ao mesmo tempo de diferenças. Infelizmente, o pão não está em todas as mesas, os presentes não chegam a todas as mãos e o Natal não é o mesmo para todos. E são barreiras criadas por nós neste mundo onde o ter e não o ser tem importância. Tudo se resumiu a ganhar presentes, a comprar presentes e se contentar com este pouco. Quando a idade vai passando (apesar de ainda ser novo, diga-se de passagem) e a gente vai conhecendo um pouquinho da vida, ficamos um pouco esquisito. É o mal do tempo. É aquele coisa de comida sem tempero, meio sem sal, eu diria, que vamos ficando mais ranzinza, implicantes, e deixamos o brilho e as crenças da infância meio de lado. Se Natal é tempo de reflexão, eu refleti demais e fiquei meio assim, discrente. O dia é para comemorar, eu sei. É para reunir a família, colocar os papos em dia, confraternizar esse momento de renovação e captar energias para um outra jornada que em poucos dias vai se iniciar. Mas como celebrar uma festa que simboliza o amor, sem pensar no próximo, nas diferenças, no problema alheio?
A verdade é que presentes, Papai Noel e mesa cheia e com fartura não vão substituir o real sentido deste momento. Natal para mim é congraçamento, partilha e renovação. O dono da festa, que muita das vezes é jogado para o segundo plano, nos inspira a fazer diferente, a olhar para frente e a recomeçar: é preciso ser criança, ser criança de coração. Que este Natal em especial, seja uma resposta a nossos questionamentos, auxílio em nossas fraquezas, proteção em nossas necessidades, luz para os nossos caminhos. Que este natal seja todos os dias, em cada manhã e em cada minuto. Que nosso Natal seja DEUS, esta fonte inesgotável de graça, paz e amor.

"Quem tem Deus, nada lhe falta. Só Deus basta." - Santa Teresa D'Ávila

Esta não é uma mesagem sem esperança, muito pelo contrário. Este é um convite para que o seu natal, ou melhor o nosso, seja um natal verdadeiramente de verdade. Um natal com sentido e muito abençoado. Que saibamos dar valor as coisas que realmente importam, e que está data seja o ponto de partida para as coisas boas e as esperanças que os próximos dias nos reservam. A você o meu sincero abraço e meus votos de um santo e abençoado Natal!

9 de dezembro de 2010

Fatalmente

Ele aguardava algum sinal. Sentado na cama, ele pensava nos beijos e nos encontros de um curto relacionamento. No pensamento, trazia a vontade de fazer tudo aquilo de novo. Foi para o banho, desfez a barba, se untou de cremes e ficou bonito. As horas se passaram e nada. Nenhum recado, mensagem ou sinal, nem mesmo por telepatia. No criado mudo, um pedaço de papel serviu de refúgio. Com os olhos lacrimejados e a mão trêmula, conseguiu desabafar nas letras:


“Hoje eu acordei esperando uma ligação sua. Tomei banho, vesti a melhor roupa que tenho e me perfumei só para te ver. Depois de um tempo, eu descobri que existe mais você em mim do que eu pensava, e estava contando as horas e esperando o momento para lhe falar isso. Queria dizer como você é especial e como todos os nossos encontros foram bons e agradáveis. Sim, as palavras que você sempre quis escutar seriam ditas sem esforço nenhum. Mas não, parece que toda a minha investida foi em vão, ou se perdeu pelas curvas da cidade. Sinceramente, isso me cheira a sintomas de desistência, e prefiro acreditar que sim. É melhor ter desistido, do que ser indiferente a mim. A indiferença é traiçoeira, sufoca e mata aos poucos. Eu queria comprar a maior batalha com o mundo, lutar até o fim, mas fui vencido pela guerra. Uma guerra que eu mesmo criei e que saio dela, perdedor. Entre erros e acertos, vitórias e derrotas, sou feliz pelo que aconteceu. O destino, responsável por nos unir, será o mesmo que escreverá os próximos capítulos de nossa tão breve história. Mas ainda te aguardo...”

Suspirou. Olhou para frente, viu sua imagem projetada no espelho e deu um sorriso. Era preciso continuar. Tomou seu chá e foi aproveitar as belezas que aquele dia, e a vida, lhe oferecia.

7 de dezembro de 2010

Bastidores

Ser jornalista não é uma coisa tão simples. Os bastidores de uma reportagem sempre mostram a dificuldade encontrada pelo repórter para levar tudo claro e entendido para o leitor. O texto de hoje se encaixa nesta ideia. A princípio, ele foi feito para uma das disciplinas da faculdade, mas resolvi compartilhar com vocês aqui. Dá uma olhada aí no que a gente passa...

Making Of: Os bastidores da reportagem

Já dizia o personagem Giovani Improta da novela “Senhora do Destino”: “O tempo ruge e a Sapucaí é grande”. O jargão que ficou famoso no Brasil durante a exibição do folhetim global é o “abre-alas” dos bastidores de nosso trabalho integrado. Fazer jornalismo é semelhante à preparação de uma escola de samba que vai entrar na avenida.

Carro alegórico, fantasia e o som da bateria balançam a plateia que contagiada entra no ritmo e cai na dança. A escola durante a sua passagem, tem que desfilar impecável pelo sambódromo e arrastar a multidão. O jornalista é o mestre-sala e sua matéria a porta-bandeira. Sua função é sambar diariamente na busca da melhor matéria, dos melhores personagens e saber encantar seu leitor com um gingado textual, que faça o leitor viajar em cada letra do texto.

Sambamos, rebolamos, dançamos e desfilamos com nossa escola. Nosso trabalho surgiu nas discussões de sala de aula. A princípio gostaríamos de fazer algo sobre a Leishmaniose, porque a cachorrrinha da Carla, coitada, está infectada pela doença. O Carlos evitou ao máximo fazer alguma matéria sobre área social. E a Fernanda, entrou na linha pacificadora adotando a política do “qualquer tema eu faço”.

Depois de muita conversa, muitas discussões chegamos ao tema da Poluição. Apesar do assunto ser bem clichê e estar em evidencia, gostaria de reunir em uma única reportagem os tipos de poluições que os moradores de Belo Horizonte são obrigados a conviver diarimente.

Nossa escola fez o samba enredo. Dividimos as tarefas: Carlos se encarregou de escrever a proposta do tema e Fernanda e Carla a pauta. Tema e pauta aprovados foi a hora de cair na avenida e mostrar o gingado. A carnavalesca Sandra Freitas deu as dicas, passou contatos e nos ajudou a criar a linha de abordagem da matéria.

Junto a este carnaval, os trabalhos da faculdade também desfilavam paralelamente. No meio da avenida, as prioridades do grupo se inverteram. “Temos que fazer o ensaio de fotografia, a prova do José Márcio é amanhã, José Maria vai dar exercício de diagramação”, foram as desculpas que empurraram o trabalho integrado.

Nesta hora o fator tempo, que muitas vezes prejudica as escolas em suas pontuações no final do desfile, berrou para a nossa agremiação. A duas semanas da entrega da reportagem foi que o grupo começou a fazer os contatos e marcar as entrevistas. Nesta altura da avenida, o samba-enredo se fechou na poluição visual e nas atividades desenvolvidas na cidade para conter este problema.

Considerando que as principais fontes da matéria eram relacionadas a prefeitura, e sabendo que essas fontes muitas das vezes arranjam muitas desculpas para não atender a imprensa, conseguimos driblar esta questão. Vicente Arhur recebeu a equipe na prefeitura e conversou por mais de duas horas sobre o movimento do qual gerencia, ainda ajudou a contactar com todos os outro órgãos do município responsáveis pela limpeza e resguardo do patrimônio urbano. E fomos.

Fernanda e Carla se encontraram com o secretário municipal de segurança urbana e patrimonial, Corenel Bicalho. Tiverem com ele por mais de uma hora e receberam as informações mais relevantes sobre o assunto. Tiveram também com o pessoal do projeto Guernica, que serviu como assunto de uma das retrancas de nossa reportagem. E o samba continuou...

Para fazer as fotografias o grupo faltou às aulas de jornalismo especializado. Desfilamos pela Rua Padre Eustáquio de cima para baixo atrás de personagens para serem entrevistados e fotografados. Conseguimos falar com algumas pessoas, mas fotos se recusaram a posar. Uma das pessoas entrevistadas foi tão simpática, que convidou o grupo a entrar na sua casa para poder conversar. Tivemos que bater de porta em porta, atrás de personagens que ilustrassem o dilema da pichação.

A bateria aquecia o som e o tempo pedia a evolução da agremiação. Passamos para a escrita da reportagem, na qual cada um ficou responsável por uma parte. Mas nem tudo são flores, e nesta etapa da matéria o grupo entrou em conflito. Faltando algumas horas para o desfile acabar, tivemos que recomeçar do zero, deixar as divergência e escrever o texto de novo.

Fazer carnaval não é fácil, agitar a plateia muito menos. O desempenho de uma escola de samba se dá nas notas que ela obtém na apuração. E quanto a isso, apesar de tanto esforço, cobranças, desentendimentos, agradamos os jurados: “Acadêmicos da Poluição Visual, nota 30!”.

Desta atividade fica a lição do planejamento, da dedicação e do trabalho de antecedência. O sucesso de uma escola de samba só acontece devido aos planejamento que começa logo no fim de um carnaval, ou seja, a um ano antes dela entrar novamente na avenida. O tempo passa e ela tem que dar conta, tem que ser a melhor, pois as pessoas a aguardam na arquibancada para aplaudir, sambar, fazer festa, afinal, a alegria do carnaval, e também do jornalismo, está no encantamento, está no show que ambos podem fazer. Um show que não pode parar.