31 de janeiro de 2010

Poucas Palavras

Enquanto não encontro carne honesta e confiante para compartilhar meus problemas, descarrego nas palavras - minhas simples e honestas companheiras - minhas mágoas, meus sentimentos, Justificarmeus sofrimentos, minhas dúvidas...

Palavras de Sabedoria - II

Todas as respostas necessárias para nossa vida se encontram na Bíblia. O fascínio despertado por este livro, atravessa o tempo e nos mostra lições de como melhorarmos enquanto seres humanos. Sem sombra de dúvidas, o texto que posto agora é referência absoluta para qualquer indivíduo. Mostra a lição correta para se levar a vida. A direção certa para realizarmos os nossos trabalhos. Boa leitura e boa reflexão:
Carta de São Paulo aos Coríntios
"Aspirai aos dons superiores. E agora,ainda vou indicar-vos o caminho mais excelente de todos. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!
A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará. A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.
Hoje vemos como por espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido.
Por ora, subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade.
(1Cor 13, 1-13)

30 de janeiro de 2010

A vida é uma escola

Se você parar para pensar e analisar o mundo que está em sua volta, com certeza gastará tempo e raciocínio em vão. Em outras palavras: você irá do nada a lugar algum. Por mais que pensemos, e quebremos a cabeça com perguntas que não encontraremos (pelo menos por agora), o nosso diferencial, comparado aos demais habitantes deste planeta é a capacidade de aprender.
Aprender com nossas atitudes, aprender com nossas falhas, aprender com a fraqueza alheia. Estamos submetidos a lições diárias de aprendizado. Tudo é uma escola. A gente "passa de ano" , temos provas, fazemos tarefa, tiramos nota vermelha, tiramos nota azul, repetimos a série, temos férias...e por aí vai !(cabe aqui uma série de analogias...)
Estamos submetidos a um vasto exame de seleção diariamente. Sim, um exame de seleção. Vence o mais preparado. Mais aqui, o mais preparado necessariamente não é aquele que sabe mais (Neste caso, sabedoria não é sinônimo de inteligência). Sobrevive aquele que foi sábio o suficiente para aprender. Já observou que as coisas acontecem várias vezes até que você extraia e descubra o porquê? Já viu que você está sempre se deparando com as mesmas situações? Isso porque você ainda não aprendeu. A história é sempre a mesma ainda que mudem os personagens. Basicamente um ciclo vicioso...
As tarefas são as mesmas. Lembra da folha que tinha as letras do abecedário e que por um acaso você tinha que reescrevê-la até conseguir fazer igual? É mais ou menos isso. Estamos tão acostumados a fazer as mesmas coisas e agir da mesma maneira diante da vida, que ela simplesmente não muda. Vamos a um exemplo do cotidiano: Um casal de namorados está junto há mais de 4 anos. Ela é perdidamente apaixonado por ele. Ele já não está muito afim dela. Por incompatibilidade e desconexão de sentimentos, eles terminam. Ele arranja outra namorada. Ela vai para o quarto e se fecha para o mundo. (Recordando a matemática = a ordem dos fatores, não altera o produto). Este é um exemplo simples, mas tenho certeza que você conhece histórias de pessoas assim ou até mesmo já vivenciou isso. Agora eu te pergunto: Por que em todas as histórias, sejam elas de amor ou não, sempre alguém sai perdendo? - Pare de ler o texto e reflita por um tempo...
A resposta é simples. O modo como encaramos nossa vida é o diferencial que nos impulsiona a buscar o novo. Cruzar os braços não é uma justificativa de revolta, mas pelo contrário é um sinal indicativo de desânimo. Um sinal de fraqueza diante de uma enorme dádiva chamada vida.
Na escola as notas vermelhas servem de alerta. É sinal que precisamos nos esforçar um pouco mais para que possamos atingir as expectativas proposta pela professora, ou ainda, que não estamos levando com seriedade os estudos. São notas que nos dão força para mostrar que somos capazes, que conseguimos fazer muito mais do que o nosso potencial é capaz. Chamo isso de alavanca da auto-estima. Quando ela é aditivada, manda primeiro mensagens que nos faz pensar e em seguida ativa a força capaz de reverter toda a situação. Isso na vida tem um nome: força de vontade para recuperar!
Por falar em recuperar, a recuperação da escola empregada na vida, representa os momentos em que fechamos os olhos, revemos nossos atos e buscamos uma maneira nova para mudar o quadro, ou ainda em boa gíria, "rodar a baiana"...
Nem sempre a aprovação é certa. Claro que tudo o que fazemos (seja na vida, seja na escola) tem que ser feito para atingir um grande grau de excelência. A perfeição foi e sempre será a meta de qualquer mortal. A busca incessante pelo certo nos leva subitamente a reprovação. Erramos e muito. Conheço muitas pessoas que foram reprovadas na escola e hoje agradecem pela "bomba" que levaram. Conheço muitas pessoas que foram reprovadas na vida e hoje, com maestria, coragem e ousadia deram a volta por cima. A chuva nos mostra o quanto o sol é bom. A dor nos mostra o quanto a vida é boa.
É leitor(a) estamos no meio de oposições: certo e errado, branco e preto, seco e molhado, alegria e tristeza, estudo e malandragem. A escolha de um, implica na ausência do outro. A quantidade excessiva de um, implica na falta do outro.
Lembra do seu tempo de escola? Lembra do tempo em que você estudava? Recorde-os todo o dia. Tudo o que a escola ensina tem a ver com a arte de viver. Tudo não passa de uma sequência maluca de fatos aos quais eu, você, todos nós estamos submetidos...
Portanto lembre da escola. Lembre de seu lápis, de sua borracha e de seu caderno. Seja você um caderno. Permita escrever sua história todo o dia de uma maneira diferente. Seja ousado e criativo. E se nada sair como o planejado passe a borracha de leve, e busque novas ferramente para substituir aquele espaço que você deixou. Pensamos muito em problemas e esquecemos da solução.

A vida é uma escola...
... e nós somos os seus alunos!

27 de janeiro de 2010

Ouvidoria


Caro leitor(a), sua participação neste blog é sempre bem vinda! Sinta-se a vontade para criticar, dar sugestões e comentar as postagens. Buscarei sempre aprimorar e criar ferramentas para que você se sinta cada vez mais em casa!

Obrigado pelas constantes visitas, divulgue o blog e sempre dê um passada por aqui!

O Domínio é Particular mas sua participação é muito importante!

25 de janeiro de 2010

O que é o amor?

Um dia uma criança me perguntou o que era o amor. Estávamos em um parque e aquela, foi sem dúvidas a pergunta mais difícil que alguém já havia me feito durante toda a minha vida. Mesmo com tanta experiência e com tanto conhecimento, aquela interrogação me deixou sem chão. Não poderia deixar de respondê-la, porque criança quer respostas prontas e imediatas. E assim respondi:
- Olha minha pequena, amor é uma coisa tão grande. É tão difícil de medir, mas eu acho que deve ser bem maior que o mundo. Pensando bem, acho que deve ser bem maior que o universo. Amor é o que aquele passarinho está fazendo com seus filhotes. Ele cuida, protege e não deixe que nenhum mal aconteça com eles.O amor não tem começo nem fim. Não é igual aquelas histórias que você costuma ouvir. Ele simplesmente existe. Está solto no ar por aí. É uma coisa tão boa. Olha como os passarinhos estão felizes...
De repente ela interrompeu a minha fala e me fez mais uma pergunta:
- As pessoas quando estão juntas sentem amor não é? Mas por que tem pessoas que abandonam o amor, se ele é uma coisa boa?
Mais um nocaute. Qual o motivo dela fazer este tipo de pergunta para mim? O que ela gostaria de saber afinal? Como uma criança na faixa de seus nove anos queria se aprofundar tanto em perguntas complexas? Essas foram as perguntas que assolavam minha cabeça. Teria que respondê-la:
- Sim, as pessoas se amam quando estão juntas. Você é o fruto do amor de seus pais (Sempre achei que as crianças deveriam saber suas verdadeiras procedências, sem máscaras e sem rodeios. Nada de cegonha). Mas às vezes as pessoas não podem continuar juntas. Às vezes a vida não é da maneira que a gente quer, quando você for maiorzinha me entenderá. Mas mesmo as pessoas não estando junto, o amor pode permanecer...e como permanece!
Ela foi embora. Com um sorriso, me agradeceu pelas respostas. Eram tantas as coisas que gostaria de ter falado. No entanto, parece que disse justamente o que ela gostaria de ouvir e por isso ela se foi.
Aquelas perguntas acabaram com todo o meu dia. Foi para mim que ela vez aqueles questionamentos. Justamente para mim que perdi um grande amor pelas desavenças da vida. Aquilo me sufocou. A sensação que eu sentia era como uma navalha que me cortava internamente. Que me machucava e enquanto passava, deixava feridas incuráveis.
Era uma pessoa de relacionamentos superficiais. Alguns duravam dias, outros horas. Eram coisas rápidas. Aquele foi diferente. De todos, o melhor. Eu havia conhecido o real sentido da palavra amor. Conhecido não, eu havia provado, experimentado, completamente entregue ao amor. Eu era correspondido. Era surpreendido todos os dias com palavras que me prendiam e me deixavam cada vez mais envolvido por este nobre sentimento.
A vida me surpreendeu. Fui tomado por surpresas atrás de surpresas. Não foi traição e nenhuma das partes havia se desinteressado. O inferno tinha sido causado por forças internas. Elas foram tão fortes e ao mesmo tempo tão influentes que fui obrigado a deixar de lado todo aquele sentimento que tinha construído.
Voltando para casa e cheio de pensamentos, me lembrei de um pequeno poema que havia feito na época em que terminamos. Passei pela sala, comprimentei minha esposa e fui correndo pegar o baú que contém todas as lembranças de um passado sempre presente. Lá estavam fotos, cartas e o poema:

Hoje eu queria apenas seu beijo,
Apenas seu abraço,
Apenas seu cheiro,
Apenas seu carinho,
Apenas seu amor,
Apenas ser seu!

Dos olhos as lágrimas despontaram e escorreram pelo meu rosto. Apesar de tanto tempo, a chama do amor estava acessa, ou melhor, na verdade ela nunca se apagou...Jamais esquecerei aquele amor. Estará sempre presente em mim.
Agora, só me resta olhar para frente. Caminhar um dia de cada vez. Aguardar os próximos capítulos da minha história.
Vou sorrir, vou chorar, vou ser feliz...

E o amor? O amor é o que eu senti. Amor não se define, se vive!

24 de janeiro de 2010

Mostra de Cinema em Tiradentes

Ontem eu estive na 13ª Mostra de Cinema em Tiradentes/MG. Foi a primeira vez que participei do evento e de lá, saí com uma vontade enorme de voltar. A cidade em si, com seu estilo barroco colonial, já é bastante agradável. Ao misturar a 7ª arte, fica ainda mais requintada.
As ruas da cidade estão repletas de turistas. Pessoas que além de estarem participando do evento, aproveitam para conhecer toda a história daquele lugar.
O cinema está em toda parte. Montaram um grande complexo de tendas, com espaços para exibição de cinema e para shows, além de um louge e também barzinhos. A capacidade da cine-tenda é para 600 expectadores , que durante uma semana vão poder assistir a vários filmes.
Tem também uma grande tela na praça central da cidade. Quem não foi e tiver a oportunidade de ir, não perca tempo.

A pequena Tiradentes respira, expira e inspira cinema.

21 de janeiro de 2010

Por um mundo mais fraterno...

O artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos nos diz: "Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direito. Esta proporção é enfatizada pelo artigo seguinte, o artigo II: " Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição."
Ambos os artigos resumem-se em apenas uma palavra: Liberdade. Liberdade esta, que é sinônimo de respeito a individualidade e as escolhas de cada um.
Hoje, comemora-se o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e nos faz refletir sobre o espaço - ou a falta dele - e as dificuldades que as pessoas têm encontrado para manifestarem a sua fé.
Cada um encontra uma maneira própria de se aproximar do Divino. Cada um constrói suas crenças e escolhe livremente, a doutrina a seguir. Acredito que ter relgião é encontrar um porto seguro, um referencial, um alento que nos faz sentir mais confiantes e com mais esperança para caminar.
O convite para o dia de hoje e para que abracemos o ecumenismo e caminhemos juntos na promoção da paz, da justiça e da solidariedade.
Que Deus, Jeová, Allah, Brahma, Adonay, Jah... (ou a maneira como você conhece e chama a força que rege o mundo) nos abençoe!

20 de janeiro de 2010

Com a palavra: Antoine de Saint-Exupéry

Há alguns dias fiz uma postagem sobre minha infância. Ao recordar este tempo, lembrei-me também, dos livros que lia nesta época. Tudo girava em torno da famosa coleção Vaga-Lume, da Editora Ática. Corrida Infernal, Um leão em família, Aventuras no Império do Sol, Sozinha no Mundo, A Ilha perdida, Coração de Onça, são alguns dos títulos desta série. Creio que se você, caro leitor (a) que já passou dos 18 anos, como eu, já teve contato com algum livro da coleção. Mas este não é o objetivo desta minha postagem. Não quero comentar sobre a série Vaga-lume. Quero usá-la como escada para que você me entenda, ou de preferência tente me compreender.
Você que lê frequentemente este blog, sabe que costumo fazer uma espécie de “análise” (digamos assim) das leituras que faço. Uma espécie de sinopse-comentada (acho que a denominação ficou melhor). Aí que entra uma das obras que passou despercebida pela minha infância e que só agora, no auge dos meus 19 anos fui lê-la. Você achará um absurdo isto, tenho certeza, algumas pessoas com quem comentei, também acharam. Era mais ou menos assim que diziam: “Que isso! Não acredito, você não teve infância?” ou ainda “Você leu a coleção Vaga-Lume e não leu este livro? Isso não existe!”. Sem falar que umas ainda debocharam, mas tudo bem. Nunca é tarde para correr atrás do prejuízo. Fiz a leitura e agora compartilho com você, um pouco desta viagem.

O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint Exupéry, é um livro que atravessa gerações e o tempo, e se mantém com uma leitura sempre atual. Um jeito leve de contar uma história aparentemente simples, porém, cheia de simbolismos e lições. Mais que um texto para crianças, a obra abre caminhos para que todas as pessoas (independente da idade) valorizem as pequenas coisas e a própria vida.

Não quero contar a história. Ate porque, você já deve sabê-la de trás para frente. Caso você, assim como eu, não teve a oportunidade de ler este livro na sua idade infantil ou você, que é criança e ainda não leu, não perca seu tempo. São apenas 93 páginas (depende da edição, é claro) que você lê em cerca de uma hora e meia. Quero que você descubra e tire suas próprias conclusões sobre o enredo. Desejo que você mergulhe a fundo e descubra a importância das pessoas em sua vida.

“É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são tão belas.” (Página 36)

“É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar. A autoridade se baseia na razão.” (Página 40)

A literatura de Saint-Exupéry, nos mostra que no interior de cada um de nós, existe uma criança que mantém acessa a chama dos sonhos. Ao crescermos e assumirmos nossas responsabilidades, esquecemos de admirar e prestar atenção no mundo ao nosso redor. Muitas das vezes somos como o rei, o vaidoso, o beberrão, o empresário, o acendedor de lampião e o velho geógrafo. Estamos perdidos na pequenez de nossos mundos. Não nos permitimos ao encontro e a partilha com os demais.

A grande lição deste livro está na conquista, no cativar, na construção de relacionamentos. Cada pessoa que passa por nossas vidas nos acrescenta algo de bom. Deixa sua marca e torna-se única e insubstituível. Você aprende que é indispensável ouvir a voz do coração e que mesmo a distância, um amor, uma amizade e um sentimento de gratidão podem se manifestar, afinal:

“O essencial é invisível aos olhos.” (Página 72).

Talvez o segredo maior deste livro, está no peso que o conquistador carrega em suas costas. “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.” (Página 74). É a responsabilidade de cuidar, de querer bem e de estar próximo que é a chave dos relacionamentos. Nem sempre o conquistador cumpre com a sua função. Às vezes passa despercebido, se perde em suas próprias doutrinas, ou até mesmo na doutrina dos outros. Há sempre uma segunda chance. Um momento de fazer valer o aprendizado. São os momentos que nos separam das coisas que amamos, que fazem delas importantes para nós. Temos que concordar que na maioria dos casos, as separações acontecessem de maneira involuntária. Nem sempre é isso que queremos para nossa vida, mas infelizmente elas acontecem. E a responsabilidade? Continua mais forte...

"E quando estiveres consolado (a gente sempre se consola), tu ficarás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo. E ás vezes abrirá tua janela apenas pelo simples prazer...” (Página 87)

O Pequeno Príncipe aprendeu e continua a ensinar. Errou e descobriu o valor de sua rosa. Sinceramente, acho que ler este livro agora foi melhor do que ter lido na infância. Não sei se teria compreendido e não sei se teria captado a lição como agora. De fato, as grandes mensagens estão nos pequenos conteúdos. Nossas rosas esperam nosso cuidado, nossa atenção e principalmente o nosso amor...

19 de janeiro de 2010

Com a palavra: Mv Bill e Celso Athayde

O falcão é nome comum dado as variadas espécies da família Falconidae. O que o diferencia das demais aves de rapina é a habilidade desenvolvida nos voos em velocidade, o que favorece a caça em lugares abertos. Por isso os falcões preferem montanhas e penhascos (principalmente) para viverem.
Do alto da favela, meninos adolescentes observam a movimentação na comunidade. Estão a serviço do tráfico de drogas. Com armas e munição nas mãos, caminham de um lado para o outro, observando as “possíveis” presas que aparecerão em seu caminho. Não dormem e mal se alimentam. Vidas entregues ao mercado do crime e da violência.
Eles têm sonhos: querem uma história digna, querem constituir suas famílias, querem casa e carro, querem espaço na sociedade, não querem cometer mais erros...
Em Falcão – Meninos do Tráfico, Mv Bill e Celso Athayde descrevem os relatos e as histórias destes pequenos sentinelas do crime. O livro, que foi baseado no documentário produzido pelos autores e que leva o mesmo nome, é um verdadeiro panorama da realidade, na qual muitos dos jovens brasileiros estão submetidos. É o retrato de um problema que infelizmente, está embutido e assola nossa sociedade.
A obra procura produzir com fidelidade, todos os depoimentos que foram colhidos. Sem cortes, sem edições, a vida como ela verdadeiramente é. Apesar de servirem ao tráfico, estes jovens relatam suas ambições e os motivos que os levaram a este rumo.

“A nossa sorte e o nosso azar é que a sociedade e os Falcões estão tão sem tempo, que têm que trabalhar e muito nas padarias da vida ou nas bocas do fumo desesperadamente para não morrerem de fome.”
(Página 126)

Ao ler este livro, me lembrei da famosa frase do pensador iluminista Jean Jacques Rousseau: “O homem é bom por natureza, a sociedade é que o corrompe.” Muitos dos problemas que hoje enfrentamos em nosso meio, são frutos de um sistema opressor e cada vez mais seletivo. Aconselho que você leia este livro, não para se deparar com situações semelhantes aquelas do programa do Datena, mas conhecer o lado humano destes jovens do crime.
Estamos acostumados com imagens estereotipadas de que favela é sinônimo de violência, de baderna e de tudo o que é ruim do mundo. A descrição é pesada, fruto de um pensamento elitista. Temos um olhar preconceituoso “de baixo” para “cima”, sem procurarmos compreender os motivos que antecederam as escolhas destes meninos.
Eles não estão no crime por opção, mas porque as diretrizes da vida os conduziram a isso. Claro que você deve estar pensando que existem outros meios a não ser este. Eu também pensava assim. Acontece que o tráfico existe, necessita de mão de obra e está próximo a estes meninos. Eles, por sua vez, sem renda, sem destino e sem família acabam entrando “na onda”. (A empatia te ajudará a compreender, ponha-se no lugar!)
A presença da família na vida destes jovens é mais um comprovante da importância desta instituição na vida dos indivíduos. A maioria dos meninos não tem pai. São poucos os que têm mãe. Os pais foram vítimas da violência e seus filhos trazem consigo as marcas dessa dor. E aí, um ciclo vicioso se forma...
Faço este convite para que você possa tirar toda a poeira que encobre os seus olhos sobre este assunto lendo o livro. Não faço apologia ao crime, pelo contrário, para mim, toda a forma de violência é abominável. Mas permita-se conhecer o outro lado da moeda. Permita-se ouvir, pela leitura, a voz dos falcões de nossas favelas. Bill e Athayde mostram um Brasil que não se vê na televisão, um país que embora esteja ganhando prestígio diante do cenário internacional, precisa garantir a cada cidadão, condições necessárias pra sobreviver com dignidade e justiça.

18 de janeiro de 2010

A vida manda recados

Nem sempre as coisas tomam o rumo que desejamos. Às vezes, por conta do destino ou por interferência de algumas pessoas, desviamos nossos caminhos e mudamos a rota para novos horizontes.
Voltando para casa depois de um intenso e estressante dia de trabalho, me deparei com um grande outdoor que trazia a seguinte mensagem: “O momento de ser feliz é agora!”. Achei um pouco maluco uma propaganda de frigorífico vir com uma frase daquelas, mas levando em conta as ideias dos publicitários de hoje em dia, vi que realmente tudo é possível.
Continuei minha caminhada. Ainda faltava cerca de uns 2.000 metros, que no relógio equivalem há aproximadamente 15 minutos (andando rápido, claro). Por acaso, encontrei um antigo amigo, que há muito tempo não via. Estudamos juntos os primeiros anos do colegial e depois ele teve que se mudar para Manaus. Seu pai era controlador de voo e foi transferido para a base da Aeronáutica de lá. De sua partida até aquele momento, passaram-se uns 12 anos. Parei para conversarmos, relembrar os momentos em que estudávamos juntos, discutir um pouco sobre política e comentarmos os resultados dos jogos da rodada do campeonato de futebol. Fiquei por ali cerca de uns cinqüenta minutos, embora ainda tivesse alguns afazeres no meu apartamento – rotinas básicas para um indivíduo que trabalha o dia inteiro e mora sozinho.
Cheguei ao meu aconchego, tirei meu paletó, a gravata que me sufocava, a camisa toda suada e a calça manchada de barro. Talvez se eu fosse de carro, minhas roupas não estariam naquela situação, pensei comigo. O veículo estava para oficina e ir a pé para o trabalho com certeza, era a melhor opção. Aproveitei para lavar peças que se encontravam no tanque por alguns dias e algumas louças que já mofavam sobre a pia.
Passei um pano para lustrar os móveis, lavei o banheiro e enfim, fui arrumar alguma coisa para comer. Nesta altura do campeonato, já estava varado de fome e se não fizesse isso, certamente desmaiaria. Comecei a saciar com voracidade aqueles dois pães com presunto e mussarela, como se fossem os últimos alimentos do mundo. O apetite era tão grande, que ainda consegui comer um pacote de waffer.
Tudo pronto. Casa limpa, estômago cheio. Liguei a televisão para ver as notícias. Naquele dia, empresas automobilísticas firmaram um acordo para injetar na economia brasileira, cerca de 1 bilhão de dólares de investimento, e eu, estava diretamente envolvido com isto. Detalhes do meu ofício.
A informação passou, o jornal foi para o intervalo, e mais uma vez me deparei com a propaganda do frigorífico, agora na televisão. Mais uma vez a frase apareceu para meus olhos e desta vez, me pegou pela culatra. Algum propósito aquela mensagem me trazia.
Desliguei a TV e fui para o meu quarto, a mensagem também. Me coloquei a pensar sobre o sentido daquelas palavras que juntas, formavam um significado para minha vida. Eu estava completamente isolado do mundo há quase duas semanas. Me fechei em copas e não quis saber de ninguém. Ir ao trabalho era uma obrigação, que infelizmente eu tinha que cumprir. Tentei ser o mais educado possível com o amigo que não via a tempos, mas quer saber, não via a hora de acabar aquela conversa. Desliguei meu telefone, não abri meus e-mails, ignorei as chamadas dos meus pais, recusei os convites de festas de meus amigos e nem conversei com a Clarice, minha namorada e futuramente, se ela não terminasse comigo, minha mulher. Até o Ulisses, meu papagaio, fiel companheiro de apartamento, sofreu com meu isolamento.
Eu queria era desaparecer por completo, esquecer que um dia eu existi e sumir de uma vida, que até então, não me agradava. Meu apartamento é um luxo, se localiza numa das regiões mais nobres da cidade, ocupo um dos cargos mais cobiçados da minha empresa e tenho um salário de se invejar. Para que tudo isso? Essa foi a pergunta que eu mesmo me fiz, e quando cheguei a conclusão que eu era um infeliz, já estava neste casulo sem saídas. Tinha tudo e ao mesmo tempo, não tinha nada.
A frase da propaganda clareou meus pensamentos sobre a noção de felicidade. Toda a tristeza que trago comigo vem do passado. Embora ele tenha ficado lá atrás, vira e mexe, ele me assola a consciência e me deixa nesta depressão profunda. Isto é fruto de uma vida de arrependimentos, de idiotices juvenis, marcadas por atitudes, que hoje, julgo erradas. Talvez se pudesse voltar no tempo, não tivesse feito nada do que fiz. Muitas das pessoas ainda hoje, apontam estes meus vacilos que me deixam deprimido. Na verdade, fico remoendo as mágoas e as tristezas do que já passou. Aquela propaganda me fez pensar um pouco sobre meu conceito de felicidade.
No passado, abandonei minha própria felicidade por causa das opiniões e dos conceitos dos outros. Foi uma atitude forçada, do tipo sobrevivência pela qual tive que me submeter. Aos poucos me habituei a realidade que queriam me impor e hoje posso dizer categoricamente, que conseguiram. Ainda sinto as angústias desta felicidade que abandonei, mas tenho certeza que o tempo me ajudará a cessá-la.
Voltei à cozinha. Lembrar as coisas pelas quais passei me deu sede. Talvez a água purificasse e lavasse a minha vida. Tomei dois copos cheios e retornei para o quarto. Neste trajeto, resolvi passar pela sala para pegar um livro que estava sobre o móvel. No chão, encontrei um bilhete, cuja procedência desconheço, que em letras garrafais trazia escrito: “Embora ninguém possa fazer um novo início, todo mundo pode reescrever a sua história e criar um novo fim. Todo dia é dia de recomeçar.” Pronto, mais um tapa na cara em menos de 24 horas. E este último de maneira sobrenatural, digamos assim.
Por mais duro que fosse eu estava diante de uma situação que me convidava a mudar. Todas aquelas mensagens me trariam um novo estímulo e uma nova força para ser feliz. Não poderia negar aquela oportunidade que Deus e a própria vida estavam me concedendo.
Uma energia enigmática me dominou. Por alguns longos minutos, meu coração bateu mais acelerado, as lágrimas saíram sem parar de meus olhos, as mãos transpiravam, e como num passe de mágica, minha memória ia “deletando” todas as lembras negativas que tinha. Desmaiei.
Fui dominado pela força que nos faz recomeçar sempre, por uma força eficaz e inexplicável que nos convida a fazer diferente, em uma nova oportunidade. Acordei uma nova pessoa. Eu estava mais bonito, mais alegre, mais feliz, de bom humor para os amigos, para minha namorada (que depois de uma longa conversa, perdoou a minha ausência nas duas últimas semanas), para o Ulisses, que voltou a falar mais.
Os dois sinais que recebi aquele dia me ajudaram a libertar a minha vida das trevas e daquilo que já passou. Hoje caminho mais confiante, sem medo de errar. Sou feliz com as pequenas coisas: com o sol que nasce todas as manhãs, com os pássaros que rodeiam a minha sacada, com o pão com presunto e mussarela que como todos os dias quando chego do trabalho, com meus pais, com a chuva que lava meus vidros, com as vasilhas que acumulam na pia. Descobri o significado da minha vida. Se eu errei, não importa. Meu dia é hoje. O agora me faz, assim como a fênix, ressurgir das cinzas, mais forte, mais determinado e com mais vontade de ser feliz e viver. Todo mundo pode mudar, e eu, mudei!

Preste atenção aos sinais que a vida e Deus lhe dão. Talvez você esteja tão preocupado com outras coisas que nem presta atenção nos pequenos detalhes. Às vezes um conselho, uma palavra amiga, uma propaganda, um bilhete que aparece do nada, podem trazer mudança positivas para a sua vida. E lembre-se sempre, todos os dias nascem com a esperança de um novo começo. Não importa o que você fez e o que você é. Se quiser mudar e recomeçar, agora é o momento, o seu momento!

15 de janeiro de 2010

Velha Infância

Hoje pela manhã, revivi uma boa época da minha vida. Sabe quando indiretamente, você volta no tempo e começa a se lembrar da época em que você era criança? Foi exatamente o que aconteceu comigo!
Liguei a TV e comecei a procurar alguma coisa bacana para assitir. Passei de um canal a outro, até que parei na TV Cultura. Estava passando "Castelo Rá-ti-bum". Quanto tempo eu não via aquilo?
Aquele programa fez parte da minha infância. Lembro de quando eu chegava da escola a tarde, comia meu misto quente, tomava meu achocolatado e ficava vendo a sequência: Rá-ti-bum, Castelo Rá-ti-bum e X-tudo! Tempos bons, que infelizmente não voltam mais.
Atualmente na televisão é difícil encontrar programas infantis tão bons quanto estes. Claro que a criança de hoje já nasce num emaranhando tecnológico e num pensamento muito diferente da minha época. Em relação aos 90, hoje é tudo muito moderno, mas mesmo assim, a qualidade dos programas para as crianças é muito inferior. Hoje existe muita apelação e apologias.
Acho que fugi um pouco do meu objetivo nesta postagem, afinal, não era a minha intenção fazer comentários sobre a programação infantil da televisão brasileira - e foi isso que acabei fazendo (desculpe, amigo(a) leitor(a)!!!)
Época boa, época que não volta mais! É bom ser maior de idade, desfrutar da liberdade sadiamente, ter algumas "responsabilidades", mas cá entre nós, ser criança é bom demais!

14 de janeiro de 2010

O Brasil está órfão

Os terremotos que aconteceram no Haiti na última terça-feira, não só provocoou o caos e destruição ao mísero país caribenho, mas também vitimou várias pessoas. As estimativas chegam a 100 mil. Entre elas, Zilda Arns, brasileira, mulher engajada e preocupada com as causas socias.
Toda a sua obra, pode ser vista no trabalho que é desenvolvido pela Pastroal da Criança em todo o Brasil. Desde 1983, vários meninos e meninas são pesados mensalmente na luta contra a desnutrição infantil e recebem a farinha multi-mistura, que as sustentam. Muito além disso, a Pastoral da Criança é uma das grandes aliadas da família brasileira brasileira. O trabalho desenvolvido, edifica, promove e valoriza os seres humanos em suas próprias e reais condições.
Durante seus 73 anos, Zilda Arns, deixou o exemplo de amor ao próximo e a dedicação incondicional aos mais necessitados. Era médica pediatra e sanitarista.
Mulher de semblante sereno, sorriso cativo e olhar de esperança, foi (e sempre será) o anjo da guarda de mais de duas milhões crianças que são atendidas pela Pastroal da Criança
Não posso esquecer também, dos guerreiros de nossa nação, que estavam em missão de paz naquele país e assim como D. Zilda, foram surpreendidos pelo fenômeno natural.
Que Deus abençoe todo o povo haitiano neste momento de desespero, marcado por tal tragédia, que sintam-se confortados pelo amor e pela graça do Pai. E que o exemplo de Zilda Arns - a mãe da criança pobre e faminta no Brasil - se espalhe no coração de todas as pessoas, para que impulsionadas pelo espírito solidário, se preocupem com os mais necessitados na busca de um mundo mais justo e mais fraterno.

9 de janeiro de 2010

Boas Histórias...

“Quer conhecer a vida? Pergunte ao velho!” Enunciado clichê. Sentido amplo. Significação completa. De fato, esta frase evidencia e enaltece o papel das pessoas mais experientes. Eles são, sem dúvidas, nossos maiores mestres. Anciãos sábios que sempre dão bons conselhos e são cheios de boas histórias para contar. Faço esta postagem, pois nesses dias, uma das irmãs mais novas do meu avô, veio ficar alguns dias aqui com a gente.
Ela contou algumas histórias sobre a sua infância, sobre as dificuldades que já teve na vida, sobre meu avô – e seu tempo de mocidade, e também sobre a infância da minha mãe e dos meus tios. O melhor de tudo isso, foi que nessa retrospectiva, eu fiquei sabendo como se deu o casamento dos meus avós, ou seja, a origem de nossa família.
Parece até história de novela, daquelas em que os protagonistas por motivo de força maior têm que se separar, e mesmo a distância, não é capaz de destruir o sentimento. Foi mais ou menos assim que aconteceu com o “Seu” João e com a Dona Nair.
Ambos já se conheciam e já rolava uma paquera entre os dois, porém, naquela época era tudo muito conservador. Os namoros só aconteciam se os pais permitissem e nos encontros dos casais o máximo que acontecia era um aperto de mão, e olhe lá! (nada muito convencional para os dias de hoje). Num determinando momento, minha vó, mudou-se com a família para o Paraná. Com aquela mudança, o “amor” que já era difícil, se tornaria impossível de acontecer.
Neste momento, o melhor a fazer era arriscar. Meu avô estava de casamento marcado com outra mulher, porém pagou para que desfizessem tudo (o matrimônio era uma relação comercial). Enviou uma carta para os pais de minha avó e foi buscá-la no sul do Brasil. Voltaram para Minas Gerais, casaram-se no dia 25 de setembro de 1954 e deste amor, nasceram nove filhos. E a cada dia que passa a família só aumente: somos 17 netos (dois infelizmente já partiram) e mais quatro bisnetos.
Confesso que escrever este texto me deixou com uma imensa saudade do “meu velho”. Ele se foi há três anos e deixou seu exemplo de persistência e de vitória para todos nós. Tenho certeza que ele está melhor que nós, isso é indiscutível, mas sinto sua falta... (as lágrimas querem descer!)
As histórias que ouvi me mostram a importância de resgatar as coisas boas do passado e os momentos felizes da vida!

Obs: Esta postagem é uma homenagem ao meu avô João Vidal Duarte pelo exemplo e pela dedicação durante nossa convivência. “Vô João, eu sou seu fã”. Homenageio também a minha vovó (permita-me dizer assim): Vó Te Amo e parabéns por mais um aniversário! (09/01)

E a conclusão disso tudo: “O amor prevalece, sempre!”

Comunicar é Preciso

Há alguns dias, queria fazer uma postagem sobre um assunto relacionado à comunicação e a liberdade (desta, falo sempre) de imprensa. No entanto, esperei o momento oportuno para idealizar este meu pensamento e discursar sobre o assunto.
No final do ano passado, mais precisamente no mês de dezembro, aconteceu em Brasília, a primeira conferência de comunicação patrocinada pelo Governo Federal. Nela, representantes de instituições midiáticas, de sindicatos, ONG’s e até de partidos políticos, discutiram o rosto da imprensa nacional – se é que ela tem.
Destaco a reportagem da jornalista Laura Diniz, da Revista VEJA, na edição número 2144 do dia 23 de dezembro de 2009, sob o título: “O modelo é o Granma de Fidel”, na qual a abordagem revela a intenção dos representantes da esquerda, em criar uma mídia concentrada e mais velada.
Sendo você jornalista ou não, este é um bom assunto para se discutir no botequim com os amigos, pois de alguma maneira você se sentiria afetado por tal medida. O que querem fazer é além de controlar o poder, controlar os meios de comunicação. Em outras palavras: instituir um único jornal para todo país (uma censura dissimulada).
Não participei da CONFECOM, mas procurei me informar dos assuntos que estavam em pauta. O que percebi no contexto todo, foi um jogo de interesses: de um lado a defesa dos interessados e do outro o direito dos interesseiros (modos de falar...)
Meu objetivo com esta postagem não é criticar a conferência. Acho que iniciativas como essa engrandece o trabalho dos profissionais e das instituições de comunicação do nosso país, mas é preciso discutir sem pautar e determinar limites para a imprensa – aqui desconsidero a “pré-conferência”.
Pelo contrário, a mídia brasileira necessita de liberdade. Liberdade para discutir, para questionar e para mostrar as obscuridades e as iniciativas de todo o sistema social, respeitando claro, os direitos humanos e a integridade moral dos indivíduos.
Precisamos mostrar a pluralidade, a diversidade e as variadas manifestações das pessoas (independentemente de suas opções) sob vários aspectos, sob olhares e ângulos diferentes, afinal, a vida em si, tem faces desiguais.
Lula é sem dúvidas, um dos grandes incentivadores da liberdade de imprensa e suas atitudes comprovam isso. Todavia, seus fiéis discípulos “da esquerda” parecem não seguir o ideológico do chefe.
A minha torcida é para que as ideias de repreensão aos meios de comunicação social, não disseminem pelo nosso país assim com vem acontecendo em alguns países da América do Sul, como a hermana Argentina e a Neverland de Hugo Chávez. Nestes redutos, os profissionais da mídia andam pastando...(Desculpe o termo caro leitor, tentei reproduzir em palavras, o que a imprensa nestes países anda sofrendo).
Que o direito de se expressar de maneira livre e espontânea seja o princípio de uma mídia responsável e com o objetivo de levar a todos informação e entretenimento de qualidade. E que a censura, não mais atormente um país que por alguns anos sofreu com este mal...

4 de janeiro de 2010

Com a palavra: William Bonner

No dia 12 de novembro de 2009, tive a oportunidade de participar de um seminário com o jornalista William Bonner, na Universidade Federal de Minas Gerais. Foram aproximadamente 3 horas, em que o editor-chefe e apresentador do JN, discutiu, respondeu e comentou sobre o livro que escrevera sobre a preparação do jornal que trabalha. Há uma semana antes, já havia comprado o livro, com as seguintes intenções: primeiro porque é um manual para estudantes de jornalismo que mostra os bastidores de um dos telejornais mais assistidos do país, segundo porque queria ter estampado nas primeiras páginas, o autógrafo de William. Para minha surpresa, no final do seminário, as trezentas pessoas que participaram saíram de lá com um exemplar da obra que comemora os 40 anos do JN, inclusive eu – com mais um. Quanto ao autógrafo, infelizmente não consegui. Aquela quinta-feira, que acordei às 04:40 - saí praticamente num breu -, peguei dois ônibus e cheguei ao auditório da UFMG duas horas e meia antes do início do seminário, foi compensada no encontro com uma das pessoas mais simpáticas e bem-humoradas que já conheci em minha vida. Mais que lições e conselhos, Bonner mostrou seu profissionalismo e sua competência. Li o livro nestas férias e compartilho com você nesta postagem, minhas percepções e minhas opiniões sobre JN: Modo de fazer

Começo citando Henry Gruwald: “O jornalismo nunca pode ser silencioso, essa é a sua grande virtude e seu grande defeito, ele deve falar, e falar imediatamente, enquanto os ecos do espanto, o clamor da vitória e o sinais do horror ainda estão no ar”. Esta frase evidencia o principal compromisso do jornalista: descrever uma sociedade suscetível a transformações com objetividade, imparcialidade e isenção. Desde setembro de 1969, um telejornal comprometeu-se levar as principais notícias do dia para a casa de milhões de brasileiros. Seu nome: Jornal Nacional. No ano em que o JN comemora seus 40 anos, William Bonner – apresentador e editor-chefe – lança um livro que revela os bastidores, a preparação, os imprevistos e as surpresas que ocorrem na redação do jornal de maior prestígio e de maior audiência da televisão brasileira. Tendo ou não alguma ligação com o mundo jornalístico, o livro em si, já é um convite a leitura. O material utilizado para a impressão, a série de fotos que se contrapõe com o texto e a beleza do projeto gráfico já evidenciam a qualidade do livro. É uma leitura-viagem, literalmente. Você se sente na redação desempenhando o papel de um editor: selecionando pautas, cortando assuntos, buscando novas notícias, participando de reuniões. Um ritmo ofegante, quente, estressante, prazeroso. O que você vê nas 244 páginas do livro, são histórias – muito bem contadas, com direito a diálogo entre autor e leitor – que mostram a elaboração do jornal desde as primeiras horas do dia até o seu clímax às 20:15, quando Bonner ou Fátima Bernardes, saúdam o Brasil com um característico: Boa Noite! Há ainda boas histórias de edições atípicas do JN, que foram marcadas pelo imprevisto, por problemas técnicos, por circunstâncias adversas, pela ajuda de freiras...
Em Jornal Nacional: Modo de fazer, William Bonner revela o seu dia-a-dia e o de milhares de jornalistas e profissionais da Rede Globo e suas 121 afiliadas espalhadas pelo Brasil, que mesmo não aparecendo no vídeo, estão “por trás das cortinas” do telejornal mais assistido do país.

3 de janeiro de 2010

O tempo para C.D. de Andrade

A uns dias atrás, li todos os textos que venho postando no blog e vi que na maioria deles, usava o tempo como fator de inspiração para o desenrolar de meus "tecidos de palavras". De fato, o tempo me inspira. Não sei se é por medo ou por fascínio. Hoje resolvi publicar um poema do meu chará Carlos Drummond de Andrade cujo título é "Tempo...". Sintetiza um pouco a vontade de mudar, de começar de novo, de fazer diferente. E depois de refletir sobre tudo isso, conclui que: Sim, eu posso!
Tempo... (Carlos Drummond de Andrade)
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui para adiante vai ser diferente....
Para você,
Desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.
Para você,
Desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir.
Todas as músicas que puder emocionar.
Para você neste novo ano,
Desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
Que sua família esteja mais unida,
Que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe desejar tantas coisas.
Mas nada seria suficiente...
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto,
ao rumo da sua FELICIDADE!!!
Um pouco sobre o autor: Carlos Drummond de Andrade é mineiro de Itabira. Nasceu em 31 de outubro de 1902 e morreu em 17 de agosto de 1987. Jornalista e escritor deixou uma vasta obra literária, tendo importante colaboração na implatação de jornais em Minas Gerais.