16 de fevereiro de 2011

Cruzada

Um dia atípico, uma noite agradável, num ambiente mais seu do que meu. Ao longo das semanas, eu arquitetava estratégias para poder te encarar e olhar em seus olhos (ou talvez evitar) depois de tudo. O resultado é que eu sou um desastre. Nem plano, nem atitude, nem nada. Eu apenas repeti todas as coisas e agi da mesma maneira que fui até aqui. Eu no meu castelo protegido de armas e justificativas (as mais banais possíveis), cercado por armaduras e soldados de aço, me coloquei na ostensiva mais uma vez, e nada. Parece que a nossa história está fadada as mesmas repetições, aos mesmos acontecimentos destes nossos encontros desencontrados. Você com o coração maior do mundo querendo oferecer tudo o que eu sempre quis ter. E eu, me esquivando, defendendo, contra-atacando na diagonal e escondendo por trás deste aparato de segurança. Seria fácil se fosse cartesiano, mas não é. Entre o céu e terra jorram possibilidades mil, mas por acaso ou obra do destino elas não conspiram ao nosso favor. Parabéns. Você conseguiu atravessar os muros, driblar a segurança e está com a mão na coroa. Talvez você não entenda, ou talvez nem queira mais entender. Talvez, você prefira ouvir o som daquela banda de garagem que ninguém suporta a escutar os meus lamentos. As minhas palavras se perderam, eu me perdi. Eu queria conseguir dizer pelo menos alguma coisa. Alguma coisa que eternizasse o momento, que eternizasse a fala, que sei lá, me eternizasse em você. Mas não, eu saio do ataque e volto para a zaga. É que sua presença mexe comigo, é que você está mais presente que eu imaginava, é que as coisas não são do jeito que a gente quer, porque na prática dois mais dois pode ser cinco, seis ou até sete. É questão de percepção. O perdedor sou eu, o ingrato também. Permita-me apenas reconhecer o meu erro. Não me leve a mal. Foi eu que esqueci de acrescentar alguns ingredientes do bolo, ele ficou amargo. Agora quem degusta este saboroso dissabor sou eu. O infeliz e não menos apaixonado por você.

3 comentários:

  1. As coisas nem sempre acontecem quando nossa vontade quer e sim, quando Deus permite!
    Reconhecer erros e enganos, perdoar o passado..
    Perdoar:talvez seja essa a palavra que nos impulsiona ao que verdadeiramente tem sentido na vida!Boa sorte..bom encontro é de dois!!!

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