2 de março de 2010

Com a palavra: George Orwell

O livro 1984 de George Orwell (pseudônimo de Eric Arthur Blair) cria um mundo fictício na qual uma organização política detém o poder sobre uma sociedade e a controla sob a figura do Grande Irmão – aquele que tudo vê – impondo sua ideologia e manipulando a realidade. A narrativa se desenvolve sobre a história de Winston Smith que se vê num ardoroso conflito entre o passado e os princípios estabelecidos pela organização política.
O enredo criado por Orwell nos permite analisar os mecanismos de manipulação utilizados pelo partido a fim de implantar sua ideologia e. Uma maneira alegórica de retratar sistemas políticos que limitam e oprimem os seres humanos.
Ao privar homens e mulheres de conhecimento e de suas relações pessoais eles se tornam mais suscetíveis ao controle de alguém - no caso da narrativa, o Grande Irmão e sua vigilância – e a hegemonia do poder sobre cada indivíduo é mantida. Em prática, a chave que abre as portas da alienação e da ignorância está no controle dos mecanismos de informação e conhecimento, que oferecem aos indivíduos a capacidade de raciocinar.
Outra lição que podemos extrair de 1984, é a importância da história na vida dos indivíduos. No enredo o partido é onipotente, capaz de construir, alterar e destruir a história de sua sociedade e assim se concretizar como uma grande força. Ao controlar tudo e todos desponta como o “controlador de destinos”. É no conhecimento do passado, na vivência plena do presente e no planejamento do futuro que uma sociedade deve ser basear.
A obra de George Owell é descrição fiel de alguns aspectos de nossa sociedade contemporânea, uma profecia anunciada em 1948.
Em pleno século XXI nos deparamos com países cujos regimes de governo ferem os direitos de liberdade de expressão e de opinião, cujas leis são severas e reprime com vigor os indivíduos que opinam e questionam as medidas e decisões tomadas pelo governo. A repreensão e o medo ainda são usados para calar a voz e não permitir revoltas contra as organizações.
Em tempos de informação e acesso fácil ao conhecimento, a manipulação e a indução a determinadas ideias são sempre praticadas. A mídia, principalmente pela publicidade, nos vende padrões e estereótipos e cria um hiato entre o que é bom e o que é ruim não oferecendo ferramentas que ajudam na construção da opinião. Tudo o que somos, que usamos, que desejamos e até mesmo nossa personalidade parte dos conceitos que ouvimos. Somos convidados a pensar com o “comum” e não recebemos nenhum estímulo para desenvolver o “crítico”.

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