12 de julho de 2010

A festa continua em 2014

Nem Maradonna e a sua altivez futebolística, nem a Seleção Brasiliera com o seu título de campeã por antecipação e nem a Espanha que sagrou-se vitoriosa na Copa de 2010 foram capazes de abafar, ou melhor, apagar o brilho das verdadeiras estrelas deste campeonato mundial de futebol. Um trio de protagonistas que atraíram luz, câmera e o comentário do povão. Seu nomes: Vuvuzela, Jabulani e diretamente do aquário, Paul, o polvo vidente.

Em campo, as 32 seleções levaram os seus "melhores". Mais o que seria do hermano uruguaio Forlán e do goleiro-frango inglês Green se a bola não existisse. Para um, Jabulani foi mãe, para o outro madrasta. E assim ela caiu na graça, bateu na trave e foi ovacionada no momento do gol. Para os brasileiros ela era de outro mundo, um ser sobrenatural. Como disse o Cid Moreira: Jaaabuuulaaaaaanii. Bruxa para o goleiro, fada nos pés do artilheiro. Por 145 vezes, jabulani entrou na caçapa e o grito foi de gol. Grito? Barulho? Não, a comemoração foi mesmo no sopro. No sopro da Vuvuzela. Uma verdadeira caixa de marimbondos que entoava as comemorações das torcidas. E nem precisava ter gol para ouvir aquele barulho, digamos que, irritante, mas tipicamente africano. O jeito africano de celebrar o futebol e sediar o maior evento esportivo do mundo, que atravessou as barreiras continentais.

No Brasil ou no Japão, na Itália ou na Coréia do Norte, lá estava a vuvuzela embalando a emoção do torcedor. Nas ruas, nos bares e em toda esquina, os comentários eram únicos: futebol, futebol e futebol. Bolão para todo lado. Quem ganha esse jogo? Quem marca o gol? Quem levanta a taça? Teve gente que se transformou num expert em futebol. Analisava a partida, fazia o comentário e dava palpite: "Acho que quem vai ganhar essa copa é a Alemanha. O time está impecável é uma seleção com média de idade baixíssima, os caras correm que nem passarinho. Eu aposto todas as minhas fichas neste time". Deu com os burro n'água. E foi da água, do áquário de Oberhausen (na Alemanha) que a versão molúscula da Mãe Dinah surgiu. Com seus tentáculos misteriosos e com uma aparência medonha, Paul - o polvo vidente, acertou todos os ganhadores dos jogos que fez previsões. Ainda bem que Iniesta e Paul estavam, um no jogo e outro no palpite, com a Fúria espanhola.Depois de um mês e encerrado este evento que arrasta multidões e que mexe com os nervos, com o emocional e com a alegria das pessoas, a gente sente até falta de copa do mundo. Agora é só daqui a quatro anos. E poderemos acompanhar esta festa do terreiro da minha, da sua e da casa de qualquer brasileiro. Paul não deve viver até lá. Jabulani aposentou nos jogos da África e deve mandar uma irmã mais nova e mais tecnológica para 2014. Já a vuvuzela, pode ser que dure, mas certamente ganhará a companhia do tambor, do batuque e do agogô. Retoques tipicamente brasileiros, para uma copa no Brasil e movida por uma nação de apaixonados por futebol, cujo espetáculo já está garantido. Sai o Waka Waka - e viva a África! - e chega o "Brasileirinho". É ritmo, é paixão, é arte, é hora de trabalhar, 2014 já pede passagem.

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