2 de julho de 2010

Brasil: do futebol e dos brasileiros

Nunca o Brasil é tão Brasil como em época de Copa do Mundo. Pelas ruas, o verde e o amarelo vão ganhando destaque e tomando o espaço. Desfilar com a camisa da seleção é patriotismo, balançar a bandeira é torcida, gritar GOL é desejo e empolgação. Todos este apetrechos que paramentam e compõe o figurino do torcedor saem dos armários de quatro em quatro anos. "É a melhor seleção do mundo!", "Brasil vai ser campeão concerteza!", "Vamos ganhar de goleada" são os clichês mais ouvidos do Oiapoque ao Chuí, e com razão. Os cinco campeonatos conquistados, a hegemonia do futebol mundial, a fábrica de craques, parece nos convencer que nós somos os "fodões" da bola, os favoritos incontestáveis ao título, as mãos que sempre segurarão a taça. A expectativa é sempre a mesma. Campeão e Brasil no dicionário do futebol e do povo brasileiro são palavras sinônimas. Num país onde a fome e a sede matam, a educação e a saúde carecem, onde a política é marcada pela corrupção e a segurança uma incógnita, parece ser o futebol a linha e a agulha que une uma nação que, nesta época, não se intimida em dizer: "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor!". Seleção em campo, país parado e acompanhando os 90 minutos de bola rolando. Aula, trabalho, cirurgia, exame, depósito bancário e velório ficam para depois, é hora de ver os mestres da bola, canarinhos do futebol que alçam voos em direção ao gol. 23 jogadores que representam uma nação de corações unidos numa mesma voz. Voz que grita, que torce, que critica, que chinga, que se desespera e que comemora.

Temos a convicção que o futebol é produto genuinamente brasileiro, e que nem sempre, o vento sopra a favor. Temos o dom, mas as vezes o dia não favorece. O futebol é carrasco. Arma a arena, põe a torcida e solta os gladiadores. No duelo de gigantes, apenas um sai com a vitória e com a glória. Glória essa, que mais uma vez ficou pelo caminho. Foram quase quatro anos acompanhando a "Era Dunga". Quatro anos de ensaio para fazer bonito e soltar o grito do hexa que ficou preso em 2006. Revolução geral. O "professor" não gosta de bagunça. Comprometimento e dedicação à camisa é a palavra da vez. No meio do caminho não tiveram pedras, pelo contrário, a família do Dunga estendeu-se aos sete anões. Depois de sagrar-se campeã nos torneios que disputou (ô costume triste que nos persegue...), Copa América em 2007 e Copa das Confederações em 2009, a seleção chegou na África do Sul para o seu maior teste. E a história, a história está bem fresca na sua memória. O gladiador vestiu laranja e na fragilidade do adversário, cortou-lhe o pescoço. O pescoço de um time, de uma técnico e mais 190 milhões de pessoas que distante dali, a cinco fusos horários a oeste, viu a cena que não gostariam de ver: O Brasil eliminado de mais uma copa. O momento não é de culpa, julgar ou responsabilizar a derrota nas costas de ninguém. A eliminação não representa o fim de um futebol vitorioso, invejável e respeitado. Esse espírito de nação deve permanecer firme e forte para o próximo compromisso, que querendo ou não, obrigado ou não, acontece daqui a três meses. O compromisso da urna, da cidadanida e da democracia e que será responsável pelas decisões e pelos rumos tomados nos próximos quatro anos. E por falar em quatro anos, vamos viver intensamente o espírito brasileiros nos próximos 1450 dias, quando em casa, nos prepararemos mais uma vez para jogar junto com nossa seleção e quem sabe, dessa vez, soltar o grito de campeão. É neste mesmo entusiamo que vamos correr atrás de um país melhor, que fará de mim, de você e de todos nós, brasileiros que acreditam em brasileiros e em seu país, e que além do futebol, dão show de garra e superação. Que o Brasil das copas, seja o Brasil dos próximos dias: um Brasil 100% brasileiro.


3 comentários:

  1. É ESTE ESPÍRITO QUE NOS MOTIVA E NOS IMPULSIONA A TORCER POR NOSSA SELEÇÃO. GOSTEI DO TEXTO E DO APELO. BRASIL DEVE SER BRASIL TODOS OS DIAS. PARABÉNS!

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  2. Brasil deve mesmo ser Brasil sempre. Eu sou apaixonada por futebol mas não gosto do Brasil só em ano de Copa. Felizmente, tenho recursos que me permitem ter acesso a informações e conhecimento de outras áreas que o país carece de participação popular e posso ir tentando fazer a minha parte. Feliz eu seria que o Governo garantisse a toda população ter essa mesma oportunidade que eu e alguns outros poucos temos. Mas isso vai contra todo o esquema de corrupção política que precisa de uma população ingênua para os eleger.

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  3. DUDU ALVIM !!!!!!!!!! Um dia eu vou estar sentada no meu sofá, vendo ao telejornal mais visto do pais e vc vai estar lá, sentado na bancada apresentando e eu vou ter muito orgulho de falar para as pessoas ao meu redor assim "sabe esse cara ai? Meu AMIGO, cara mais foda da faculdade!" ahuahuahuahuahu
    Muuuuitoo bom texto! Por isso q eu falo "eu tenho orgulho desse menino!" auauahahhuahuahua

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