29 de dezembro de 2011

Do ato de escrever

Escrever não é algo muito fácil, a não ser que você quer escrever qualquer coisa. E mesmo o qualquer coisa exige tempo, assunto e vontade. O poeta já cantou que escrever é como lapidar uma pedra. É um trabalho cansativo, desgastante, buscando as palavras certas para as lacunas certas. Encaixando as ideias, as vontades, os pensamentos, que sabe até encaixar os batidos do coração. Escrever vai além de dom. Jogar com as palavras é um jogo de experientes. Na mesma intensidade que elas vêm, elas somem. Agarrá-las é um quase um trabalho de Hércules. Aliás, o que seria deles se alguém não registrasse os seus doze. Escrever está para o homem, assim como o corpo está para a alma. A gente viaja sem sair do lugar, inventa uma mentira quase verdadeira e finge acreditam em tudo que a gente mesmo faz. Um toma lá da cá sem consequências ou com final trágico. Se malha mais escrevendo do que fazendo atividade física, e quem gosta do ato, comprova. A gente pode rir, chorar ou gargalhar. É mais fácil um camelo passar em uma agulha, do que as palavras encaixarem perfeitamente num texto, ou chegarem prontas, sem suor, sem sinônimo ou coisa parecida. É um ato de coragem, de bravura, de força. Escrever está além das entrelinhas, é um desafio.

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