16 de dezembro de 2009

Com a palavra: Gabriel García Márquez

Nestas férias decidi me dedicar a leitura. Não só pelo fato de estar cursando uma faculdade de jornalismo, na qual ler é fundamental, mas também pela experiência transcendente que a leitura, ou melhor, os livros oferecem. Acabo de ler o primeiro da série de livros desta temporada “insana” e ociosa, comumente chamada de férias. Trata-se de Memórias de minhas putas tristes de Gabriel García Márquez, prêmio Nobel de Literatura. Aí vai a sinopse que fiz e desde já minha indicação para que você possa ler e admirar tamanha obra:

Na comemoração de seus 90 anos ele queria lhe dar de presente uma noite de amor com uma adolescente virgem. Apesar de tamanha aventura, o peso da idade lhe pesava nas costas. Era um amante das letras e do bolero, professor de gramática e escrevia crônicas para a edição dominical do jornal de sua cidade, localizada na Colômbia. A solidão era a sua fiel aliada. Perdera os pais vítimas de tuberculose e de bordel em bordel, provou os prazeres da carne.

“A quem me pergunta respondo sempre com verdade: as putas não me deram tempo para casar.”

Na bagagem carregava as experiências com mais de 500 mulheres que de alguma forma, marcaram sua vida. A noite e seus mistérios aclarava seus desejos e a casa de Rosa Cabarcas era o cenário de suas paixões pagas. Senil e marcado pelos anos que lhe somavam, a noite de seu aniversário o colocou defronte ao amor – aquele da qual fugia e tinha enorme aversão. A causadora de tamanha revolução era a virgem de 14 anos que cobiçou. Ela estava deitada na cama do prostíbulo que ele sempre freqüentava. Sua pureza, seus traços perfeitos e sua meiguice despertaram naquele coração ancião e indolente, o que ele jamais sentira: o maior dos sentimentos – o Amor.

“Foi algo novo para mim. Ignorava as manhas da sedução e sempre tinha escolhido ao acaso as noivas de uma noite, mais pelo preço que pelos encantos, e fazíamos amor meio vestidos na maior parte das vezes e sempre na escuridão para imaginarmos melhores. Naquela noite descobri o prazer inverossímil de contemplar, sem as angústias do desejo e os estorvos do pudor, o corpo de uma mulher adormecida.”

Em Memórias de minhas putas tristes, Gabriel García Márquez cria um enredo que convida o leitor a fazer uma reflexão sobre a vida, a felicidade e o amor. O protagonista prova os sabores da paixão e se deixa conduzir, mesmo com a idade, pela beleza e pelos traços da virgem que lhe deu a esperança, a vontade de viver e a experiência de amar.

“Naquela tarde, de regresso para casa outra vez, sem o gato e sem ela, comprovei que não apenas era passível, mas que eu mesmo, velho e sem ninguém, estava morrendo de amor.”

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