1 de dezembro de 2009

Amor: reflexos de reflexão


Lá estava ele na difícil missão da despedida, mesmo sabendo que em breve retornaria. Na bagagem levava algumas peças de roupas e no coração, a tristeza de deixar para trás a pessoa que lhe apresentou o amor. Era um garoto durão, fechado e as vezes sisudo. De poucas palavras e de expressão fechada. Carregava nas costas o peso de uma vida reservada e sem muitas agitações. A escola era sua maior diversão. Era debruçado sobre os livros e lendo os periódicos sobre física nuclear que ele passava o maior tempo do seu dia. Era jovem, mas pensava como um velho de 70 anos. Pensava muito mais no futuro e esquecia do presente. Queria ser o melhor, e esquecia da competição. Queria ser Deus, mas esquecia que era humano. A vida se encarregou de corrigí-lo e mostrá-lo que a felicidade está nas pequenas coisas. Numa sexta-feira, pela primeira vez, aceitou um convite para ir a um bar com os amigos da escola. Era puritano, conservador. Achava um absurdo ver pessoas, durante o dia, sentadas em botequins bebendo cerveja. Aquele dia revolucionaria a vida de um ser que estava fechado para si mesmo. Lá estava ela, a pessoa que mudaria e o ajudaria a encontrar o seu prórpio eu. Era baixa, com uma beleza reluzente, com olhos arredondados e boca singela. Trazia na face traços perfeitos. Não parecia gente, parecia uma boneca de porcelana. Naquela tarde, ele se permitiu e ela aceitou. Ele quebrou suas próprias regras, suas inseparáveis doutrinas, seus conceitos errôneos sobre o mundo. Quis tentar, arriscar e se entregou. A felicidade estava mais perto do que pensava. Como a brisa vai de encontro ao rosto numa manhã fresca, ele se jogou aos braços daquela que o faria sentir o mais nobre dos sentimentos: o amor. Cresceram juntos, ficaram juntos, tiveram noites inesquecíveis juntos, estão e permanecerão juntos; simplesmente porque se completam, simplesmente porque se bastam. Ele tem que partir. Carrega na carteira a foto de sua revolução. A foto da amada o acompanha aonde ele for. O jovem "nervoso" agora está calmo pois encontrou sua paciência. Ele vai, mas volta. Volta porque ela o espera, volta porque há muitas coisas para fazerem e construírem juntos....

O amor ultrapassa as barreiras do coração, se contrói na confiança. A saudade é apenas uma manifestação traiçoeira do sentimento. Quando se ama, quer estar junto, quer estar perto. Mas mesmo a distância, o amor é capaz de transformar, prevalecer e se fazer mais forte.

3 comentários:

  1. É meu caro amigo jornalista, o amor também tem desafios. E esse é um deles! E que desafio hein? "A estrada é longa e a saudade é maior ainda". É a vida! Vai com Deus e boa viagem! ;]

    ResponderExcluir
  2. "Parece que o amor chegou aí. Eu não estava lá, mas eu vi."

    - Los Hermanos


    Boa viagem, honey =)

    ResponderExcluir
  3. O amor é a fortaleza!Tudo suportaa,ele não acaba e nem enfraquece!E que seja assim,quando for a hora que eles possam se reencontrar novamente para viverem tudo aquilo que por força maior tiveram que deixar para trás!=)) O amor é tão lindoo!!

    ResponderExcluir